A cada 37 segundos morre uma pessoa em consequência desta complicação de saúde, pelo que é importante alertar a população para conhecer os principais sintomas e ter um estilo de vida saudável.
De acordo com os últimos dados oficiais, uma em cada quatro pessoas em todo o mundo perde a vida diariamente devido a um Tromboembolismo venoso (TEV), números que reforçam a necessidade de aumentar a consciencialização da população para a principal causa de morte cardiovascular evitável.
De facto, segundo a Sociedade Internacional de Trombose e Hemóstase (ISTH), ocorrem por no ano cerca de dez milhões de novos casos de TEV em todo o mundo. A cada 37 segundos morre uma pessoa em consequência deste problema sendo que nos Estados Unidos da América mata mais pessoas que a SIDA, o cancro de mama, cancro da próstata e acidentes de viação.
O tromboembolismo venoso (TEV) resulta da formação de coágulos de sangue nas veias ou artérias, levando ao seu entupimento e impedindo que o sangue circule. Esta situação pode originar trombose venosa profunda (TVP) ou embolia pulmonar (EP), patologias de elevada gravidade e que constituem uma das três primeiras causas de morte cardiovascular no mundo: ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e tromboembolismo venoso (TEV).
Alguns sintomas do TEV incluem:
- Inchaço no pé, tornozelo, perna ou braço (sensação de pele esticada), especialmente se ocorrer só num lado.
- Dor, cãibra ou sensibilidade, frequentemente na barriga da perna.
- Rubor ou descoloração evidente da perna ou do braço.
- Perna quente ou com sensação de peso.
- A embolia pulmonar acompanha-se dos seguintes sintomas:
- Vertigens/tonturas
- Dificuldade inexplicável em respirar
- Batimento cardíaco irregular
- Dor no peito (especialmente quando respira profundamente);
- Tosse com sangue
- Para prevenir a ocorrência deste problema recomenda-se:
- Manter o peso;
Ter uma alimentação equilibrada;
Praticar exercício físico regularmente;
Não ficar muito tempo imobilizado;
Evitar permanecer muito tempo sentado sem se movimentar;
Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associado ao cigarro e ao uso de anticoncecionais
Após uma cirurgia, voltar a movimentar-se;
Pacientes com história familiar devem ser orientados a usar meias elásticas e medicamentos.
É importante, a par do acesso, aos cuidados de saúde fundamental, que as pessoas estejam consciencializadas para esta doença e prestem atenção à realidade dos seus corpos.
O Dia Mundial da Trombose assinalou-se no dia 13 de Outubro sendo que o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) desenvolveu nessa altura uma campanha de sensibilização para a doença “Aprenda a identificar os sinais e os sintomas de um TEV!”.
A ação consistiu na distribuição de Folhetos Informativos por Mascotes em forma de trombo (coágulo de sangue) em três estações de comboios da cidade de Lisboa: Oriente, Santa Apolónia e Sete Rios e junto à entrada principal do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil.
Para mais informação sobre o Tromboembolismo venoso viste a página de facebook https://www.facebook.com/TEV.pt/ e o site do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) em www.gescat.pt .
Conheça os fatores de risco desta doença silenciosa
Sérgio Barroso, médico oncologista e presidente da GESCAT alerta: “O TEV pode afetar pessoas de todas as faixas etárias, raça e etnia, não havendo uma prevalência diferente da doença em função do sexo da pessoa. No entanto, existem diversos fatores de risco que contribuem fortemente para aumentar os riscos de formação de um coágulo nas veias levando ao seu entupimento e impedindo que o sangue circule normalmente. A hospitalização é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de trombose. Pacientes com mobilidade reduzida, devido ao repouso prolongado, ou com trauma vascular, em decorrência de cirurgias ou lesões graves, têm maior probabilidade de ter coágulos sanguíneos. Até 60% dos casos de TEV ocorrem durante a hospitalização ou dentro de 90 dias, no pós-alta. Também a idade superior a 60 anos, o histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos, o cancro ou a quimioterapia e a utilização de anticoncecionais podem ser determinantes para a ocorrência de um TEV. E, tal como associados a grande parte das doenças, temos outros fatores de risco como a obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool que aumentam a probabilidade de sofrer um TEV. Mesmo com os altos índices de mortalidade associados ao TEV, grande parte da população desconhece os problemas relacionados com esta patologia silenciosa. A população oncológica, devido à quimioterapia, radioterapia, hospitalização e imobilidade têm um risco acrescido de desenvolver um TEV. Daí que um doente bem informado sobre a sua condição pode permitir maior sucesso nos tratamentos e garantir/exigir melhores cuidados durante a hospitalização. Para se tiver alguma dúvida com algum dos sintomas deve procurar ajuda junto do médico assistente”
por: Paula Gouveia