Foto de Andrew Neel na Unsplash
A saúde mental não é algo fixo, gravado na pedra, que funciona exatamente da mesma forma para todas as pessoas. Recebemos muita informação, sobretudo conteúdos contraditórios entre si e podemos ficar inquietos ou angustiados por não sabermos onde está a verdade e para onde nos devemos virar.
Por um lado temos o grupo da produtividade que acredita em trabalhar em quase cair para o lado, que não se põe em primeiro lugar nem às suas relações interpessoais. O trabalho e os lucros que dele advém são sempre prioridade e acredita-se que a exaustão extrema a nível profissional (burnout) só acontece aos outros. Até que acontece a uma dessas pessoas e lhes faz ver que a balança em que mediam o seu valor pelos seus feitos laborais, estava muito desequilibrada. Que para termos saúde perfeita é preciso termos tempo para lazer, para respirar em paz e reduzir ao mínimo o stress.
Por outro lado, temos o grupo do autocuidado levado ao extremo, isto é, que não consegue realizar nenhuma tarefa nem algo que exija disciplina. Se o primeiro grupo se sente culpado por sentir que nunca trabalha o suficiente e é capaz de adiantar tarefas profissionais mesmo nestas épocas festivas, o segundo grupo como que se desliga e passa dias na cama, por vezes. Sente-se incapaz, em sofrimento, letárgico e pode surgir um possível diagnóstico de depressão. É importante notar que cuidar de si não é desistir das metas e sonhos por medo ou desalento.
Tratam-se de duas mentalidades e posições distintas perante a vida: uma em que nada é suficiente, outra em que nada vale a pena. Como sempre, aconselha-se o caminho do meio, o da moderação. Sentimos-mos bem quando somos eficientes, quando executamos o nosso trabalho com excelência e brio. Cuidar-nos exige saber respeitar os nossos períodos de descanso e não menosprezar a importância do sono.
Neste Novo Ano que se avizinha, trace planos e empenhe-se, mas não se esqueça que somos feitos de afetos e precisamos de equilíbrio em todas as frentes para funcionar.
Paula Gouveia