Imagem: Imani Clovis https://unsplash.com/photos/L1kLSwdclYQ
Assinalou-se no passado dia 10 de Setembro o Dia Mundial de Prevenção de Suicídio. Segundo dados recentemente veiculados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pessoa suicida-se no mundo a cada 40 segundos, sendo o suicídio responsável por mais mortes que o cancro de mama, a malária, homicídios ou guerras. Entre os 15 e os 29 anos, o suicídio é a segunda maior causa de mortalidade a seguir aos acidentes de viação. Estamos portanto a falar de um grande problema de saúde pública ao nível global, transversal a todas as idades, sexos e regiões do mundo.
No Brasil iniciou-se desde 2015 uma campanha denominada Setembro Amarelo, uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. A cor amarela terá sido adoptada por causa da história de Mike Emme, um jovem norte-americano que se suicidou aos 17 anos conduzindo um automóvel amarelo. Os familiares e amigos distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem na mesma situação que Mike e a mensagem acabou por se espalhar.
Falar de suicídio é sempre muito complexo e delicado, com alguns especialistas a pedirem cautela aos meios de comunicação social para evitar o fenómeno de contágio. No entanto, acredito que é preciso lançar luz sobre este assunto e quebrar tabus, de forma a poder dar uma resposta ao desespero e acalmar a dor de quem pensa que acabar com a vida é a única solução para deixar de sofrer.
Estarmos atentos uns aos outros é considerada ainda a maneira mais simples de evitar comportamentos de risco. Afinal, é lugar comum dizer que não temos tempo e que estamos demasiado ocupados para lidar com uma pessoa cujo comportamento nos preocupa. No entanto, é vital estarmos vigilantes. Palavras de conforto podem ajudar, em maior ou menor grau, mas penso que o que realmente pode fazer a diferença é simplesmente estar. Consciente, em presença, aberto ao que uma pessoa tenha a nos revelar sobre o que está a viver. Enquanto houver esperança por um novo amanhã há vida e é exactamente esta centelha que deve ser alimentada um pouco todos os dias. Não só para diminuir as estatísticas alarmantes que mencionei no início desta notícia. Mas porque realmente queremos ajudar e nos preocupamos.
Paula Gouveia