No dia 10 de Setembro assinalou-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, com um webinar transmitido online às 15h00 que contou com a presença da Directora-Geral da Saúde, Graça Freitas. A iniciativa que se insere no mês popularmente conhecido como Setembro amarelo, surge no seguimento da Campanha Nacional de Prevenção de Suicídio, à semelhança do que acontece em muitas partes do globo.
Durante a sessão, que demorou cerca de uma hora e meia, falaram-se de vários aspectos que importa salientar:
- A saúde mental é uma questão de saúde pública.
- O suicídio é um fenómeno complexo, multifacetado e requer estratégias de prevenção de risco especialmente junto das populações mais vulneráveis como adolescentes, idosos, LGBTI, entre outros.
- Os problemas não são homogéneos, não há fórmulas únicas para os resolver pelo que exigem articulações em diferentes valências como linhas directas, programas de apoio e grupos de suporte.
- Apesar de não ser possível recuperar o tempo perdido no meio de um ano muito difícil para a Direcção-Geral de Saúde, é urgente retomar o Plano Nacional de Prevenção de Suicídio e pragmatizar acções, com mais investimento, financiamento e sensibilização do público. Isto é possível através de campanhas, formação de público específico e equipas comunitárias bem como maior acesso aos serviços centrais de saúde mental.
- A necessidade de se fazerem mais ensaios clínicos e de haver uma melhor articulação entre a academia e a actividade clínica e de se apostar cada vez mais no treino e formação de profissionais qualificados.
- Estima-se que todos os dias se suicidam três pessoas em Portugal e que 90% delas tenha doença mental.
- É muito importante haver mais literacia para a saúde, que se combatam estigmas e vergonha associados à saúde mental, que funcionam como uma barreira ao acesso aos cuidados de saúde.
- Faz parte dos objectivos de Desenvolvimento Sustentável reduzir os suicídios em um terço.
- Os desafios são muitos: alcançar a população, promover mudanças e mudar atitudes. A mudança deve ser significativa e duradoura, com redes comunitárias fortes e entidades parceiras que veiculem mensagens unificadas em cada zona do país.
- A informação deve ter qualidade e ser fidedigna, pelo que a comunicação social deve tentar ter um impacto positivo na prevenção do suicídio, cingindo-se a factos sem ser sensacionalista ao relatar suicídios, com técnicos capazes e com rigor científico.
- A detecção precoce da pessoa com ideação suicida contribui para uma ajuda mais facilitada e célere, com avaliação do risco, de forma a trazer benefício para a saúde do individuo e sua qualidade de vida.
- O suicídio não escolhe classes, género, idade ou região geográfica. Contribuir para a diminuição do número de suicídios é responsabilidade de todos.
- É preciso combater os alarmismos e os mitos associados a este tema que continua a ser um tabu na sociedade portuguesa ou que é incorrectamente noticiado. Nesse sentido foi criado um site com recursos muito úteis e contactos e serviços disponíveis que pode ser visitado em: https://prevenirsuicidio.pt/