Atenção plena

A Psiquiatria significa o tratamento da alma. Podemos receber vários diagnósticos: depressão, personalidade borderline, doença bipolar, ansiedade, ataques de pânico, stress pós traumático, esquizofrenia, transtorno do luto prolongado, etc.

Sofrer não conhece distinções nem estatutos sociais. Todos podem passar por um quadro em que não conseguem encarar a vida e são considerados disfuncionais. Todas as nossas experiências presentes e passadas deixam marca. Essa marca nem sempre é boa, levando à repetição de padrões e gatilhos que fazem com que tenhamos comportamentos evitativos, desajustados ou nocivos para nós e para os outros.

Não é fácil romper com hábitos instalados e a atenção plena é considerada um dos melhores métodos para aquietar a mente e escutar o nosso coração. Se nos focarmos totalmente no momento presente, na respiração abdominal profunda, vamos entender que não somos os pensamentos que temos nem os problemas que surgem. É importante estar ciente das pequenas distrações que podem surgir e absorvê-las na nossa prática.

Há quem diga que a atenção plena não resulta mas se for feita de forma consistente, compassiva e empática, começaremos a ver resultados. O cérebro não é um órgão completamente estanque, há possibilidade de neuroplasticidade, ou seja, de adquirirmos novos padrões de neurónios, sendo que a nível das sinapses, neurónios que disparam juntos, continuam juntos.

Vamos então abrandar, ligar-nos a nós mesmos, parar de nos identificar-nos com o véu das ilusões terrenas e procurar a verdade que vive dentro de nós.

Paula Gouveia

 

Foto de Benjamin Child na Unsplash