O que acontece se chegamos a uma estação de comboios e não conseguimos respirar normalmente, o coração parece que nos vai saltar do peito, todo o corpo treme e as mãos, para além de trémulas, estão húmidas? A multiplicidade de estímulos pode fazer com que nos sintamos numa situação de perigo em que, entre o lutar e o fugir, queremos fugir.
Outro exemplo é nos centros comerciais. Começamos a evitar espaços cheios de gente em que possam estar a olhar para nós, em que há muitas luzes, muitas vozes, muitas escadas rolantes apinhadas de pessoas, muito ruído.
O que acontece se certas situações (ruas estreias, pontes) fazem essa sensação de ansiedade disparar até a um ponto de pânico e perdemos o controlo sobre as nossas sensações, como se o nosso corpo pertencesse subitamente a outra pessoa?
Ter medo de estar em multidões, de trânsito excessivo geram círculos viciosos em que se passa justamente a ter medo de ter medo.
Se tal como eu, está a atravessar um período de maior ansiedade (em que as insónias podem ou não ser um sintoma também), não hesite em procurar ajuda. A terapia cognitivo-comportamental, feita por um psicólogo clínico experiente ou com quem simplesmente sentiu um clique de compaixão, pode fazer maravilhas.
Os nossos pensamentos são muito poderosos, pelo que é importante pensar em si com empatia. Trate-se como prioridade e averigue quais são as suas necessidades. Não há garantias nem curas definitivas e por vezes, a cada passo em frente, dá-se dois para trás.
Contudo, não se deixe vencer, não se julgue, não deixe de sentir determinação. A exposição às situações que lhe causam descontrolo emocional deve ser gradual, de forma a construir a sua autoconfiança e solidificar aquela voz interior que diz: “Eu consigo”. E mesmo que venha a não conseguir, não se martirize por isso.
As fobias podem ser debilitantes mas a mente tem em si propriedades surpreendentes. Acredite em si!
Paula Gouveia